Há mais de uma década, quando o Bitcoin ainda era encarado com ceticismo, o britânico James Howells, profissional da área de tecnologia, tomou uma decisão que mudaria sua vida para sempre. Durante uma limpeza rotineira em seu escritório, ele acidentalmente descartou um disco rígido contendo 8.000 bitcoins.
Na época, o HD foi colocado em um saco preto e confundido com lixo por sua então companheira. O destino do objeto: o aterro sanitário de Newport, no Reino Unido. O que parecia apenas um descuido passou a ser um erro milionário ou, em 2025, bilionário. Com a valorização da criptomoeda, os bitcoins perdidos de Howells estão atualmente avaliados em mais de R$ 4 bilhões.
A luta para recuperar a fortuna digital
Desde que percebeu o equívoco, Howells tenta obter autorização do Conselho Municipal de Newport para iniciar buscas no aterro. Ele chegou a propor soluções tecnológicas e sustentáveis, como o uso de drones, robôs com inteligência artificial e separação de resíduos para minimizar impactos ambientais.
Apesar disso, as autoridades locais alegam que qualquer escavação no local representa riscos ao meio ambiente, como emissão de gases tóxicos e possível contaminação dos lençóis freáticos. Além disso, o conselho sustenta que o disco rígido, ao ser descartado, passou legalmente a ser de propriedade pública.
Derrota nos tribunais
Em janeiro de 2025, após anos de tentativas, a disputa chegou ao Tribunal Superior britânico. O juiz Jonathan Keyser declarou que o caso de Howells “não tinha qualquer perspectiva de sucesso” e determinou o arquivamento do processo.
Na sentença, o magistrado destacou que não havia fundamentos legais sólidos para sustentar o pedido de escavação e que permitir tal ação poderia criar um precedente perigoso para descarte de resíduos e disputas de posse.
Mesmo com a decisão judicial desfavorável, James Howells não pretende desistir. Em declarações à imprensa, ele afirma que planeja recorrer à Suprema Corte do Reino Unido e estima que, com a valorização esperada do Bitcoin, o valor de sua perda pode ultrapassar os R$ 6 bilhões nos próximos anos.
O caso se tornou um símbolo global da importância de armazenar criptomoedas com segurança e já foi destaque em diversas publicações especializadas e debates sobre patrimônio digital.